Sonho Realizado

Estátua da Entrada da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás

  O ser humano é capaz de sentir, refletir sobre as imagens e sobretudo se auto- refletir , por meio dessa imagem posso recordar momentos recentes, mas sei que marcou e será sempre lembrado, há momentos em nossa vida que, pensamos ser somente aquilo que está posto a viver e tão somente, assim, mas, obstinada a viver momentos oportunos à mudanças. Falo sempre que inverti minha vida, fui mãe, aos quatorze anos, não me arrependo pelo filho, mas as consequências de ser mãe ainda criança tem suas dificuldades, isso não foi problema, sempre trabalhei, desde os nove anos, fui criada numa família classe média pobre, por ter sete irmãos, meus pais não conseguiam uma vida satisfatória financeiramente, aliás só meu pai trabalhava, minha mãe por ser submissa, cuidava dos filhos e afazeres domésticos, pois bem, trabalhava em casa de família, me casei aos quatorze, não me conformava em ser dona de casa, mas como já tinham determinado que, minha vida não seria de “estudante”, porque isso era só para a burguesia, tratei logo de fazer uns bicos como manicure, me tornei a melhor, não satisfeita fiz cursos na área da estética e passei a dominar grande parte da área, dessa forma criei meus filhos, sempre pensando em estudar assim, que começava, tinha que parar, por algum motivo ligado a obrigação, (fui educada para o trabalho).

            Meus filhos cresceram, sempre me apoiam em tudo, tenho três, um deles se dedica muito aos estudos, ele sempre percebeu o meu desejo de estudar. Pois bem, estudei por um  tempo concluía uma série e parava, por último fiz o supletivo, consegui um segundo grau na época.

            Em 2013, veio a mudança que,  pensava já não ser mais possível, meu filho, sempre insistia para que eu prestasse vestibular, mas achava impossível, falei para ele,  “A Universidade Federal de Goiás é muito longe da minha realidade” ele disse: preste o vestibular se não conseguir, você estuda mais e presta novamente, resolvi me arriscar, e foi ai que esta e outras imagens da UFG, me marcou muito, no dia da segunda fase do vestibular, meu esposo estava comigo, eu olhei para esta estátua e disse a ele:  “Aqui onde vou estudar.” Por incrível que pareça hoje, estou terminando a graduação me sinto muito feliz mesmo com meus “53 anos”, consegui, sou capaz de estudar na UFG, que tanto admirei e que não era tão longe da minha realidade, sou capaz, sou feliz. Três imagens que me marcaram muito, esta estátua, a placa que mesmo apagada, ainda se lê, o nome UFG, e o corredor em direção a biblioteca central, foi ali que rolou à emoção