domingo, 13 de dezembro de 2015

Chto delat?



''Entre os elementos que podem ser examinados em cursos universitários de Teoria da Literatura, está o valor. Os estudantes devem saber distinguir uma boa obra literária de uma obra sem interesse, um autor relevante de um nome sem importância. Devem fazê-lo não aleatoriamente ou por impulso emocional, mas com base em argumentos fundamentados em um conhecimento seguro. 
Nos últimos dez anos, tem ocorrido, em eventos e publicações da área, um debate intenso a respeito da noção de valor. Esse debate indica que o estabelecimento de valor exige determinação de critérios, e não apenas o valor em si, mas também os critérios são passíveis de discussão.''¹ 
¹Trecho retirado do ensaio Cânone e valor estético em uma teoria autoritária da literatura (2004), publicado na Revista de Letras pelo professor Jaime Guinzburg (FFLCH-USP).  

As palavras do professor Guinzburg referem-se a uma discussão bastante atual no campo dos estudos literários. Trata-se do debate sobre a determinação do valor das obras literárias e a entrada de algumas destas no cânone das literaturas regional, nacional ou universal. Nesse debate, alguns teóricos questionam o cânone que se tem hoje enquanto outros pensam que não deve haver sequer uma lista de tal natureza. Com tantas posições divergentes e particularizadas acerca do assunto, torna-se um desafio, ou para o professor de literatura, ou para o leitor comum, selecionar o que ler, porquanto a certeza da tradição não mais existe sem contestação. Diante do cenário apresentado, qual postura teórica você assume? Você crê na necessidade de preservação e leitura dos literatos consagrados? Ou acha que eles devem ser substituídos por outros? Ou pensa ser a leitura um ato totalmente livre?

3 comentários:

  1. A minha ideia é de que não há necessidade da substituição dos consagrados, mas também não acredito que as novas obras sejam sem valor. Os literatos consagrados não devem ser esquecidos, já que eles contém em sua estória e escrita parte do que os autores vivenciaram quando os escreveram. Mas também acho que não devemos nos prender ao esse tipo de obra, e que não necessariamente elas tenham menor valor por não serem como as anteriores. Logo, penso que o intermediário dessas ideias é o ideal. E você, o que pensa?

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    1. Olá, Raíssa! Obrigado pela participação!
      Devo admitir que até mesmo eu, estudante de Letras há quase um ano, tenho muitas inquietações a respeito do tema e poucas certezas. Uma das certezas que possuo é a de que devemos conhecer os clássicos (ponto de convergência entre nós),pois até mesmo a crítica mais avassaladora só pode ser pertinente se demonstrar conhecimento seguro deles.Outra certeza que alento é a de que os autores ditos ''menores'' também devem constar em nosso repertório (outro ponto de convergência). Já no ambiente acadêmico, parece-me que há certa bipolaridade quanto ao assunto. Alguns, intencionalmente (sem imposição dos professores), leem muito dos literatos consagrados e pouco dos menos prestigiados. Outros gostam subverter quadros de leitura, mas não o fazem muito conscientes da tradição que o precedeu. Parece-me, eu repito, que falta aos que estão na graduação uma moderação nessas tendências um pouco extremistas. Qual delas você percebe nos seus colegas leitores?

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  2. A minha ideia é de que não há necessidade da substituição dos consagrados, mas também não acredito que as novas obras sejam sem valor. Os literatos consagrados não devem ser esquecidos, já que eles contém em sua estória e escrita parte do que os autores vivenciaram quando os escreveram. Mas também acho que não devemos nos prender ao esse tipo de obra, e que não necessariamente elas tenham menor valor por não serem como as anteriores. Logo, penso que o intermediário dessas ideias é o ideal. E você, o que pensa?

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