domingo, 13 de dezembro de 2015

Um futuro (que parecia) distante

           A ciência e a tecnologia vêm trabalhando juntas para facilitar nossa vida. Mas não pense que me refiro, neste caso, às facilidades de comunicação, de realização de tarefas, entre outras situações. Neste texto eu vou falar um pouco sobre os órgãos bioimpressos, algo que cientistas vêm estudando e que pode mudar a vida de pessoas que estão em filas de espera para transplantes, além de auxiliar pesquisas de medicamentos eficientes para humanos.
           Já ouviu falar de células-tronco? São células indiferenciadas, ou seja, elas não possuem características que as definem como células do coração, do fígado, do estômago ou de qualquer outro órgão, mas podem se diferenciar nessas citadas de acordo com o estímulo que recebem, estímulo esse que pode ser um hormônio, localização no corpo, entre outros. Podem ser encontradas na placenta e no cordão umbilical, e até mesmo em nossos tecidos do corpo, mesmo depois de adultos. A intenção é produzir, a partir delas, as células necessárias para compor um determinado órgão, e com isso a bioimpressora vai construindo camadas com essas células e hidrogéis para imprimir esse órgão. As bioimpressoras são semelhantes ao que conhecemos como impressoras 3D, mas em vez de usarem material plástico para a construção dos órgãos são utilizadas células vivas e hidrogel. 
           Imagina só: imprimir inteiramente um rim, um fígado, e quem sabe até um coração, com as células da própria pessoa? Incrível, não? Pense nos benefícios! Chega de filas com pessoas aguardando por meses, ou anos, por algum órgão que, sabe-se lá, vai ser compatível com o organismo delas? Nosso corpo é único, então não é qualquer coração ou fígado que nosso sistema imunológico vai aceitar. Ah, mas um órgão feito com nossas próprias células? Bem, os riscos de ele recusá-lo são insignificantes.
           Existe outra questão importantíssima: isso vai ajudar a deixar as pesquisas com fármacos mais precisas. Pense assim: existem determinados medicamentos que não funcionam da mesma forma de pessoa para pessoa. Um exemplo disso é o anticoncepcional: para umas mulheres um mesmo anticoncepcional pode ser ideal, para outras pode engordar, além de que pode ou não funcionar para aquelas que possuem ovários policísticos. Agora, se entre pessoas o resultado de determinado medicamento pode ser diferente, imagine se não vai haver discrepância nos testes em camundongos de laboratório ou chimpanzés quando comparado com o que aconteceria no nosso corpo? A bioimpressão ajuda nesse sentido: além de os testes serem mais fiéis por serem realizados em tecidos humanos, podem ser feitos especificamente para uma determinada pessoa, e mais importante: pense em quantos animais estariam livres dos testes? Camundongos, ratos, coelhos, cachorros, macacos. O mesmo vale para produção de cosméticos: sabe aquela maquiagem que você usa? São testadas nos bichinhos para analisar a segurança para que nós possamos usar. Com os órgãos bioimpressos, isso vai mudar!
           E então, também está animado com esse futuro que estamos alcançando? Quem sabe um dia poderemos fazer braços e pernas também, sem serem mecanizados, mas sim com ossos, músculos, tendões e nervos feitos a partir de células da própria pessoa? Quem sabe um dia teremos imenso sucesso em fazer pessoas paraplégicas ou tetraplégicas voltarem a andar de verdade? Assusta um pouco, não é? Até parece algo de ficção científica, mas do jeito que as coisas andam, eu não duvido que chegaremos lá!
            Um bom site para saber mais sobre a bioimpressão de tecidos humanos é este aqui.

Um comentário:

  1. Olá, Raíssa! Achei muito interessante seu texto!O assunto é realmente instigante.
    Outra benefício possível dessa realização é uma diminuição do poder das quadrilhas que traficam órgãos. Claro que, se o atendimento por essa técnica não for ampliado, o tráfico continuará a existir, só que com um fôlego bem menor. Quais são seus pensamentos sobre isso?

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