segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Linguagem inclusiva?

Recentemente pode-se notar um maior engajamento das pessoas em geral por causas sociais - homofobia, transfobia, racismo, machismo e sexismo num sentido amplo, dentre outras formas de preconceito.

Nesse ativismo virtual, algo muito difundido pelas redes sociais, foi percebido que a língua perpetua, de certa forma, o machismo e sexismo, por meio de artigos e desinências, e viu-se nisso uma problemática. O que fazer? Todos sabemos que, de acordo com Saussure, a língua é "um sistema de signos arbitrários", logo instaura-se a questão de como torná-la mais inclusiva quanto a isso.

Começaram a usar então o "x" para substituir desinências e artigos de gênero com a intenção de dar neutralidade. A palavra "menino" tornou-se "meninx", "moça" virou "moçx", adjetivos em geral transformaram-se, como "bonitx", "feix", "engraçadx", "magrx", "gordx", "negrx" e por aí vai.

Com essa troca pensou-se ter estabelecido uma neutralidade de gênero e tornado a língua mais inclusa, entretanto grafar as palavras dessa maneira torna complicada a leitura para pessoas com dislexia e também impede que pessoas cegas - as quais usam programas de leitura virtual - tenham uma leitura de textos escritos assim, pois o programa não reconhece "gordx" como uma palavra legível. Além disso esse uso fica restrito à escrita, e principalmente no meio virtual, porque num texto acadêmico tal linguagem não é aceita.

E você, caro leitor, o que pensa a respeito desse tipo de linguagem? Acha que apesar dos pesares ela é inclusiva ou é como o ditado diz: descobriu um santo pra cobrir outro? 

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